domingo, 11 de outubro de 2009

Nova cartilha da Sociedade Brasileira de Pediatria

Nossa, como fiquei feliz depois de ler a reportagem da capa da Veja dessa semana sobre as mudanças com os cuidados com o bebê. Muito boa reportagem para os pais de primeira viagem...não deixem de ler. E mais feliz ainda em ver que um dos pediatras consultados é o pediatra dos meus filhos de São Paulo, Dr. Marcelo Reibscheid - excelente pediatra que me ajudou muito com as inseguranças do primeiro filho.

Para quem ainda não leu a reportagem segue um resumo básico do que vocês vão encontrar e as principais mudanças:
  1. Fralda - A fralda pode ser tirada entre os 2 e 4 anos. Quem determina o período + propício é a própria criança. Quando está pronta para dispensar seu uso, ela costuma reclamar que a fralda esta suja ou avisar que vai fazer cocô. Para que a criança aprenda a usar o banheiro ela deve estar amadurecida física e psicologicamente. Se seu tempo não for respeitado, há o risco de ela sofrer no futuro de prisão de ventro e incontinência urinária.
  • Na prática: Meu filho mais velho está nesse processo. O que o ajudou muito foi que ele entrou no colégio com 2 anos e muitos amiguinhos estavam passando pelo mesmo processo. Ele mesmo começou a chegar em casa e pedir para ficar sem a fralda. É claro, que no começo vários acidentes aconteceram...tive que limpar muito chão sujo de xixi e cocô. No início ele avisava que queria fazer xixi, mas não sabia controlar até chegar ao banheiro, então no caminho já ia fazendo. É preciso muita paciência e principalmente não brigar ou reclamar quando os acidentes acontecerem. Sempre o confortava dissendo: "não se preocupe JP acontece, na próxima vez você consegue..." e coisas do tipo. Hoje, ele está com 3 anos e já tem pedido para na sua soneca da tarde e a noite dormir sem fralda. A princípio deixava ele direto sem fralda e muitas vezes ele acabava molhando a cama, pois nem todas conseguia acordar e nos chamar para fazer xixi, e a noite muitas vezes que perguntavamos se ele queria ir ele dizia que não, por causa do sono. Então hoje, estou fazendo o seguinte: ele pede para dormir sem fralda, depois que ele dorme eu coloco a fralda. As vezes ele acorda pedindo para ir ao banheiro, mas na maioria das vezes vai direto a noite sem fazer xixi. Mais alguns meses deixando a fralda sem xixi na manhã seguinte vou deixar de colocar. Acho que tem funcionado super bem.
2. Higiene bucal: a higiene bucal deve ser feita desde a maternidade. Até o nascimento do primeiro dente, que ocorre por volta do quinto mês, deve-se passar uma gaze molhada com água filtrada ou um dental de sicilicone na gengiva do bebê, sempre depois das refeições e mamadas. Misturado com a saliva o leite forma uma película na gengiva, língua e bochechas que facilita o acúmulo de bactérias. Quando há uma dentição, essa película adere a superfície do dente, propiciando a formação de placas e cáries.
  • Na prática: sempre, após o surgimento dos primeiros dentes iniciei o processo de escovação em meus filhos. Sempre o a escovinha "dedal" de silicone. E sempre utilizei a pasta da Weleda que é sem flúor. Mas, realmente devo começar a higiene bucal do Pedro Henrique antes já que é tão importante. Em minha opinião considero um pouco exagerado essa limpeza após todas as mamadas. Pois nem nós adultos que comemos muito mais e alimentos com muito açúcar e condimentos escovamos os dentes depois de cada refeição...coitados dos bebês. Imagine, o meu mais novo, mama a cada duas horas durante o dia, ter que fazer higiene a cada mamada, não vou fazer mais nada. Acho que 3 vezes ao dia, que é o recomendado por dentistas para nós "grandes" está de bom tamanho...
3. A papinha: Apenas a gema pode ser consumida pelos bebês, ainda assim, somente depois dos nove meses. A clara do ovo contém albumina, uma proteína com potencial alergênico em crianças com menos de 1 ano, já que o sistema imunológico ainda não está amadurecido.
  • Na prática: Meus dois mais velhos JP e JA foram introduzidos há alimentos com 6 meses. Comecei com papinhas doces (frutas amassadas e aos poucos fui passando para salgadas). Com o JP não tive problema algum. Já com o JA foi um caos, rejeitou totalmente qualquer tipo de alimentos e o processo foi super complicado. Até hoje ele me dá um super trabalho para comer...engraçado que até hoje não sei bem aonde errei. Acho que foi por causa das vitaminas que dava para ele na colherzinha e ele não gostava nada, nada...E com o JP dava direto as gotinhas de Ad-til na boquinha dele...essa foi a única coisa que acho que fiz errada. E também acho que entra a pré disposição da criança para comer. Pesquisei bastante e já constatei que existem crianças com uma restrição alimentar. É super frustrante. Tive que fazer uma trabalho muito grande com ele e comigo pois é uma coisa difícil de aceitar e preocupante. Mas, aos poucos ele tem aprendido a gostar de alguns alimentos...bem aos poucos. E com toda essa complicação vieram algumas doenças e descobrimos que ele é alergico há vários alimentos - e ovo é um deles.
4. As cólicas: A cólica só pode ser amenizada - não eliminada. Entre os recursos mais indicados, estão as massagens abdominais e as compressas de água quente. A cólica está relacionada ao amadurecimento neurológico do bebê. Até completar 3 meses, o sitema nervoso ainda não coordena os movimentos peristálticos do intestino. A cólica surge das contrações irregulares da parede intestinal.
  • Na prática: Bom, na prática não tenho muito o que dizer pois fui premiada com três filhos que não tiveram essas cólicas traumáticas para os pais. O JP e o PH tiveram cólicas leves... e que na verdade não posso muito dizer que as cólicas são somente por causa das contrações irregulares da parede intestinal...Os meus filhos pelo menos dependendo do que eu comia vinham as cólicas. Então, fui por eliminação, observava o que comia e se desse cólica evitava comer nos três primeiros meses. E assim sempre tive bebês super calminhos. Tenho um sobrinho que teve cólicas super fortes, chorava dia e noite. Minha irmã ficou praticamente a pão e água e nada adiantava...Aí sim, considero que tem contrações muito irregulares da parede intestinal e que não há muito que se fazer. É ter calma para não passar o nervossismo para o bebê e rezar para os primeiros meses passarem rapido. Mas, teve também uma ocasião que eu e minha irmã amamentamos os sobrinhos e o que aconteceu...Meu sobrinho não teve cólica quando mamou meu leite e dormiu a tarde inteira e a mesma coisa aconteceu com meu filho, quando mamou na tia, não teve nada de cólica. Vai entender....
5. A posição para dormir: Foi determinado que o ideal é colocar o bebê para dormir de barriga para cima. Os estudos mostram que o risco de um bebê ser vítima de morte súbita é nove vezes maior se ele está deitado de bruços. Se a criança é colocada de lado, exite o risco de, em caso de vômito, ela sufocar. De barriga para cima, ela consegue tossir, chamando a atenção dos pais.
  • Na prática: Fui sempre instruída para colocar os meus filhos de lado...mas todos, desde o segundo mês nunca ficavam deitados de lado, sempre viravam de barriga para cima. Os pediatras sempre me disseram que não havia problema...mas com o meu primeiro, ficava sempre preocupada e passei muitas noites sentada do lado do berço velando o sono dele. Coisas de primeiro filho...com o segundo e com o terceiro nada disso. Era deita-los no berço e relaxar. Sempre que tinha alguma barulho não saia correndo como fazia com o mais velho, primeiro olhava na babá eletrônica (no monitor - vantagens de babá eletrônica com monitor) se eles estivessem deitadinhos e sem chorar, ficava observando da minha cama e dormia. Mas, essa tranquilidade só vamos adquirindo com a experiência. Antes achava que o segundo filho tinha que nascer primeiro, agora com certeza acho que o terceiro devia nascer primeiro. Ah, uma coisa importante, muitas babás, principalmente as que não tem cursos devem ser instruídas em como deitar as crinças na cama...tive várias que colocavam eles de bruços, olha o perigo! Então, já no primeiro dia deixe isso bem claro.
6. Amamentação: Até os 6 meses, o bebê deve se alimentar do leite materno. Além de altamente nutritivo o aleitamento materno fortalece o vínculo entre mãe e filho. A digestão do leite materno é muito rápida. Por isso, não deve haver intervalos predeterminados entre as mamadas. O bebê deve mamar quando e quanto quiser. Dessa forma, ele aprende também a lidar com a saciedade, o que reduz o risco de obesidade no futuro.
  • Na prática: engraçado como é o sentimento de mãe e que aquele velho ditado de que quando nasce um filho, nasce também a mãe é totalmente verdade. Sempre, amamentei meus filhos com eles determinando as mamadas. Nunca gostei dessa história de ter intervalos fixos para mamar. Primeiro porque estou em casa a disposição e porque não amamentar quando e quanto o bebê quer...afinal ele pode querer muitas vezes só dar uma mamadinha para matar a sede, ou dependendo do clima ele quer mamar mais ou menos. Sempre tomei cuidado para durante o dia não deixar somente eles passarem de intervalos de 4 horas. E também após a 6 horas sempre deixava eles mamarem com uma frequência bem maior...a velha história do "encher o tanquinho" ( leia no livro A Encantadora de Bebes). E com isso eles começam a dormir praticamente a noite toda. E isso aprendi na marra, pois com o JP, eu o acordava a noite para mamar...mesmo sem ele chorar. GRANDE ERRO. O que aconteceu...ele ficou condicionada a acordar sempre a noite para mamar, o que tornou nossa vida noturna bastante agitada...e só conseguimos tirar totalmente esse hábito depois dos 2 anos. PESADELO. Então, por favor, não faça isso, é claro somente se o bebê acordar pedindo. Senão, deixe ele dormir...a noite foi feita para isso.
7. O choro: o choro não deve nunca ser desconsiderado. Antes de chegarem à conclusão de que o berreiro é capricho do bebê, os pais pecisam se certificar se ele, para além de fome, frio, calor, dor ou fralda suja, necessita de acolhimento. É por meio do choro que o bebê alerta os pais de que algo não está bem. Em cerca de 90% dos casos o choro é causado por algum desconforto real. O choro por birra é mais alto e vem acompanhado de gritos.
  • Na prática: Com o tempo vamos aprendendo a ouvir e a entender o choro de nossos filhos e determinar do que se trata cada choro. Aqui, é só a prática mesmo. E com cada filho é um choro.
8. Chupeta: Até os 2 anos, durante a fase oral, a chupeta de fato acalma o bebê. Para que não se prejudique a dentição, os pediatras recomendam as chupetas ortodônticas. A partir dos 2 anos, a chupeta vira uma muleta para pais estressados e inseguros. Nessa situação, ela estimula a chantagem: aos 2 anos, a criança já tem consciência de que basta chorar ou espernear para ganhar chupeta.
  • Na prática: Humm...meu mais velho de 3 anos ainda está com chupeta. Realmente é um calmante. Mas, esse ano ele quer dar a chupeta para o Papai Noel e vamos aproveitar para estimular o JA também. O JP quando entrou no colégio ele ia de chupeta, os amiguinhos começaram a chama-lo de bebê pois ele e uma outra amiga eram os únicos de chupeta. Então um dia ele me disse que não iria mais de chupeta para o colégio. Que ela ia ficar guardadinha na mochila...adorei e aos poucos estamos tirando. E hoje ele já diz que vai dar a chupeta para o Papai Noel para ganhar o presente que ele quer. Vamos ver se vai dar certo...conto para vocês como vai ser o ano que vem. Ah, e o meu terceiro, não quer nem saber de chupeta...vai entender.
Dados: VEJA, editora Abril, edição 2134 - ano 42 - n. 41., data: 14 de out. de 2009

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