sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Batizado - seu significado e muito mais

Queridas Mamães,

Já estou aqui martelando minha cabeça para os preparativos para o batizado do meu caçula. Quero que seja uma coisa simples e com muito significado. Principalmente porque meus dois filhos mais velhos já entendem muito e quero que seja algo marcante na vidinha deles participar do batizado do irmão. E com isso, resolvi compartilhar com vocês um pouquinho do significado desse sacramento tão importante para nós católicos. Espero que gostem.

O Sacramento do Batismo foi instituído por Jesus com o objetivo de santificar a vida da humanidade, conforme podemos ler no Novo Testamento, no Evangelho escrito por São Mateus, que reproduz as palavras do Senhor:

“Toda autoridade sobre o Céu e sobre a Terra me foi entregue. Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que Eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos!” (Mt 28, 18-20)

Normalmente o Batizado é realizado na Igreja. E quem Batiza são os Sacerdotes, Diáconos e Ministros credenciados.

O rito central do Batismo vem da palavra grega “Baptizein”, que traduzida para o português significa “imersão”. Antigamente a maneira de Batizar era por “imersão” realizada num rio ou numa piscina. Com o passar dos anos, pelo desconforto que ocasionava, a Igreja instituiu a “Infusão” com Água, ou seja, o derramamento de Água na cabeça do batizando, pronunciando a “Forma”: “Eu te Batizo em nome do Pai, (derrama uma porção de água na cabeça do batizando) do Filho (derrama uma segunda porção de água) e do Espírito Santo" (derrama outra porção de água).

Mas porque Batizamos nossos filhos? Qual a finalidade do Batismo? Será que é para nossos filhos não serem “azarados” ou para não “pegarem mal olhado”? Ou porque é bonito! Ou porque todo mundo batiza, e por isso, nós vamos batizar também!

Evidentemente este não pode e não deve ser os motivos para Batizarmos os nossos filhos. Batizamos nossos filhos e afilhados, para que eles recebam o manancial de graças que o Senhor derrama sobre as pessoas, através do Sacramento. Pelo Batismo nossos filhos tornam-se “cristãos”, irmãos de Cristo, membros de sua Igreja e participantes de seu sacerdócio. No momento da “Infusão da Água”, o Espírito Santo desce sobre o batizando, perdoando os seus pecados cometidos até aquele dia (caso do Batismo de Adultos), neutraliza o efeito nefasto do Primeiro Pecado (cometido pelos nossos primeiros Pais) também chamado de Pecado Original, coloca no coração do batizando a semente da Fé que ele deverá ter em Jesus e na Santíssima Trindade (que nos inventou e criou), concedendo as três Virtudes Teologais: Fé, Esperança e Caridade (Amor), além do Caráter Sacramental de “Filho de Deus”.

Por todas essas razões, devemos ter pressa em Batizar os nossos filhos, para que eles recebam estas preciosas graças que o Senhor nos concede através do Sacramento. Por outro lado, é fácil compreender que o Batismo é um “Sinal”, pelo qual demonstramos querer que os nossos filhos e afilhados, sejam realmente de Deus. Assim sendo, através do Sacramento do Batismo, a humanidade faz uma “Aliança” com o Criador. Ele é o parceiro perfeito, porque sempre cumpre integralmente a sua parte. O Sacramento nos oferece meios e nos predispõe a cumprirmos também a nossa parte, estimulando-nos a assumirmos os deveres e obrigações de cristãos e sermos de fato aqueles “Filhos de Deus”, que o Senhor gostaria que fôssemos.

O Batismo é o primeiro dos Sacramentos da Iniciação Cristã, somente depois de recebê-lo é que as pessoas poderão receber os outros Sacramentos.

O Batismo também neutraliza o efeito nefasto do Pecado Original ou Primeiro Pecado. Mas que Pecado é esse? Foi o Pecado cometido pelos nossos primeiros pais, Adão e Eva. Na realidade, o Pecado Original além de ter sido um Pecado de Desobediência, foi também um Pecado de Soberba, porque Adão e Eva além de desobedecerem à ordem do Criador, enfeitiçados pela tentação diabólica quiseram ser como “deuses”.

O Símbolo Batismal mais importante é a “Água”.
No início do mundo o Espírito de Deus pairava sobre as águas, das quais emergem a terra e todos os seres vivos. À semelhança do que aconteceu na criação, das águas do Batismo santificadas pelo Espírito Santo emerge uma nova criatura. A Mãe Igreja, pelas águas do Batismo, fecundadas pelo Espírito Santo, dá à luz novos filhos. Jesus fala deste novo nascimento no diálogo com Nicodemos. (Jo 3, 1-13)
A imagem do dilúvio e do Mar Vermelho confere outro significado à água do Batismo: a água destrói, mata, mas ao mesmo tempo é meio de salvação. Como as águas do dilúvio submergiram um mundo pecador, e como as águas do Mar Vermelho afogaram a cavalaria do Faraó que perseguia o povo que fugia da escravidão, assim também as águas batismais destroem o pecado, afogam o inimigo, exterminam e cancela o mal.
A destruição por sua vez é via para a libertação. No dilúvio foram poupados os justos; e das águas do Mar Vermelho saiu um povo livre e em festa. Da mesma forma, das águas do Batismo sai uma pessoa purificada das culpas, libertada da escravidão do pecado e do demônio (terá as tentações do maligno como todas as criaturas, mas não será escravo de satanás).
Assim, a “Água” é apenas um Símbolo, ela não tem a força e nem o poder de purificar o pecado. É o Espírito Santo que nela atua em todos os acontecimentos e no momento do Batismo, Ele, com a força e o poder Divino destrói todo o mal que existe e proporciona a alegria de uma nova vida.

“Sinal da Cruz”.
Após o diálogo introdutório em que os Pais pedem o Batismo para a criança, o sacerdote convida-lhes a traçarem o “Sinal da Cruz” na fronte da criança. Este gesto tem grande significação. Ele quer exprimir o primeiro encontro da criança com a fé em Jesus Cristo e na Salvação pela morte redentora do Senhor na Cruz. Porque foi pela morte Dele que nos reconciliamos com o Pai Eterno e fomos inseridos na amizade da Santíssima Trindade. O Sinal da Cruz relembra esta verdade histórica.
Assim, convidando os Pais a realizarem aquele gesto, o sacerdote está dizendo que a salvação de Deus vem à criança através da fé dos pais, pois eles, pelo Sacramento do Matrimônio, são constituídos mediadores entre Deus e o filho, exercendo a função sacerdotal. Os Pais receberam de Deus pela própria missão criadora e pela graça do Sacramento do Matrimônio, o poder de abençoar os filhos. Por isso, eles são convidados por Deus a adquirirem o costume de abençoarem os seus filhos enquanto pequenos e quando crescidos.

“Anúncio da Palavra de Deus”:
Ela ilumina com a verdade revelada os candidatos e a assembléia, suscitando uma resposta de fé. Como o Batismo significa libertação do pecado e do demônio, durante a celebração o celebrante pronuncia um ou vários exorcismos sobre o candidato.

“Unção com Óleo”.
Há dois ritos de Unção no Batismo. A primeira “Unção” é feita antes da “infusão da água”, durante as preces após a Liturgia da Palavra. É a Unção com óleo chamado dos Catecúmenos. O sacerdote unge o peito da criança, dizendo: “O Cristo Salvador te dê sua força. Que ela penetre em tua vida como este óleo em teu peito”.
Este rito pode ser substituído por uma imposição das mãos do celebrante, sobre a cabeça da criança, dizendo as palavras: “O Cristo Salvador te dê Sua força”. É uma invocação ao Espírito Santo para que o batizando renuncie ao mal e faça uma boa profissão de fé.
Na parte final do Batizado é feita a segunda “Unção com Óleo da Crisma”. No Antigo Testamento era comum ungir os sacerdotes, reis e profetas. Também Cristo foi ungido pelo Espírito Santo de um modo muito especial. Então esta Unção quer significar que pelo Batismo nos tornamos participantes do poder messiânico de Jesus. E também, conforme a primeira epístola de São Pedro (1 Pedr 2, 9-10) nos tornamos raça eleita com Cristo, reis (rainhas), sacerdotes (sacerdotisas) e profetas (profetisas).
Profetas, porque participantes da salvação em Cristo, que deveremos anunciar a humanidade por palavras e exemplos de vida. Mostrar que Deus é Amor através do verdadeiro amor pessoal. Tornamo-nos sacerdotes. Não possuímos o sacerdócio ministerial com o poder de fazer a Consagração na Santa Missa. Mas nos tornamos participantes do sacerdócio de Jesus, pois participamos do novo povo de Deus na Nova Aliança, sendo assim, parte de um povo sacerdotal capaz de oferecer sacrifícios com Cristo. Isto porque, recebemos nossa vida como precioso dom de Deus e assim, devemos oferecê-la em retribuição, em ação de graças ao Criador. Todo cristão pode e deve, em sua vida, orientar todas as coisas para Deus.
Por fim, pelo Batismo nos tornamos reis, possuidores do Reino de Deus. Com Jesus vencemos a morte e o pecado e podemos participar da própria vida de Deus.

“Veste Branca”.
Entre os gestos complementares do Batismo encontramos a entrega da veste branca. Este gesto tem sua origem no Batismo dos Adultos na Igreja primitiva. Ao chegarem à fonte, antes de descerem à água, as pessoas se despiam de suas vestes e eram ungidas. Após professarem sua fé e serem batizadas na piscina, saíam da água e eram revestidas de uma veste branca, simbolizando uma vida nova, despidos de seus pecados e paixões, tornando-se uma criatura nova em Cristo.
A veste branca ou a veste nova no Batismo quer expressar que pelo Sacramento entramos numa nova vida e esperamos levar esta nova vida até a participação do banquete celestial, onde o Senhor nos quer encontrar com a veste nupcial da amizade de Deus.

“A Vela Acesa”.
É um gesto muito significativo. Na cerimônia do Batizado, o celebrante convida os Pais a acenderem no Círio Pascal a vela da sua criança e ele reza a oração: “Pais e Padrinhos, esta luz vos é entregue para que a alimenteis. Por isso, esforçai-vos para que esta criança caminhe na vida iluminada por Cristo, como filho da luz. Perseverando na fé, possa com todos os santos ir ao encontro do Senhor, quando Ele vier. Recebei a luz de Cristo!”
Pelo Batismo somos iluminados, participamos da Luz que é Cristo. Não mais andamos nas trevas, pois somos filhos de Deus. A vela acesa pode significar também a nossa fé. Ela mantendo-se acesa mostra que não caminhamos nas trevas do inimigo.
Os Pais se tornam responsáveis para que a criança se torne luz para os outros em sua vida.

“Rito do Éfeta”. 
É um rito facultativo, realizado logo após a entrega da vela acesa. É uma palavra aramaica que significa “abre-te”. O Celebrante toca os ouvidos e a boca da criança, dizendo: “O Senhor Jesus que fez os surdos ouvir e os mudos falar, te conceda que possas logo ouvir a sua palavra e professar a fé, para louvor e glória de Deus Pai”.
Pelo Batismo, o Senhor através do Espírito Santo, abre os ouvidos do batizando para que ouça e entenda a Palavra de Deus, solta a sua língua e lhe abre a boca para poder professar a sua fé. Os Pais são os instrumentos desta mensagem, que por sua mediação deverão fazê-la chegar às crianças. Na continuidade, os filhos atingindo o uso da razão poderão dizer: agora eu creio, porque eu mesmo conheço o Senhor Jesus Cristo.

“O Sal”.
Na vida das famílias o Sal tem duas grandes finalidades: “dar sabor” e “conservar” os alimentos. Como Símbolo religioso o Sal significa: “ser o tempero, ser o exemplo” que estimulará os irmãos a caminhar na estrada do direito, da justiça e do amor fraterno; “dando sabor” ao apetite humano, para ter fome da Palavra de Deus.
Todavia, o novo Rito do Batismo de Crianças aboliu o Rito do Sal. A razão principal foi por motivo higiênico.
Como derradeira notícia, no Catecismo da Igreja Católica está escrito: “Jesus mesmo afirma que o Batismo é necessário para a salvação”. Tanto é verdade que Ele ordenou a seus Discípulos que anunciassem o Evangelho e batizassem todas as nações conforme está escrito no Novo Testamento (Mt 28, 18-20)(Mc 16, 15-16) (Lc 24, 46-47).
A Igreja não conhece outro meio senão o Batismo para garantir êxito aos que querem entrar na bem-aventurança eterna.

Os Padrinhos:
Os padrinhos geralmente são escolhidos por serem pessoas queridas pela família. Mas só isso não basta. Ao aceitar o convite para batizar um bebê os padrinhos assumem, junto com os pais, a responsabilidade pela educação religiosa da criança. Quando falamos em “padrinho” e “madrinha ou “compadre” e “comadre” estamos especificando a pessoa que estará junta “com o pai” e “com a mãe”.

Por isso é importante que eles sejam cristãos praticantes, mesmo que os pais sejam indiferentes em relação a vida espiritual do filho, a função do padrinho e da madrinha é de intervir e/ou substituir os pais nesta missão. Quando os padrinhos são presentes e participam da vida do afilhado ambos ganham, a criança, que se sente amada e valorizada e os padrinhos, que tem a chance de vivenciar as descobertas puras e genuínas da infância.

Padrinhos de consagração:

Por se tratar de um ato apenas devocional e não sacramental, não há regras quanto ao número de padrinhos no ato da consagração de uma criança. Porém, a paróquia poderá colocar algumas normas. Consulte o pároco da sua paróquia sobre esse assunto. Não havendo regras, quem determina o número de padrinhos de consagração são os pais da criança. Se você deseja que um casal seja padrinhos de consagração do seu filho, e o responsável pela paróquia onde ele será consagrado não se opõe, não haverá problema algum. Porém, é importante não confundir padrinho de consagração com padrinho de batismo. Perante a Igreja, só é considerado padrinho os de batismo e não os de consagração a Nossa Senhora ou a um santo de devoção. Esse tipo de apadrinhamento é apenas simbólico e não tem validade eclesiástica.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu e a minha mãe somos Padrinhos de Batismo da minha prima.
E sobre a consagração,que é diferente do Batismo,eu queria saber se alguma pessoa pode ser consagrada quantas vezes quiser e também queria saber se pode ter vários padrinhos e madrinhas de consagração?

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